Antes de ontem, as 5.30 am, acordei a muito custo para enfrentar a mini aventura de ir a Londres sozinha.
Sai de casa com o meu Wolf (que como o gentleman que ele e' insistiu em levar me a paragem apesar de ter de voltar para casa depois para se preparar para ir trabalhar) e juntos enfrentamos a noite (sim, ainda era de noite as 6 e 20) e o frio da rua comprida e silenciosa. Esperamos cerca de mais 20 minutos pelo autocarro, que naquele frio, pareceu mais 1 hora. Finalmente sentadinha e a ouvir a musica do MP3 dele, o autocarro partiu... Passamos por Acle, Norwich e finalmente Thetford, uma cidade linda e delicada com um rio que a atravessa; estatuas e arvores em todos os cantos e a neve a acrescentar magia a sua beleza e encanto. Seguimos em direccao a cidade seguinte de nome desconhecido e comecei a sentir os efeitos de 2 horas e meia de viagem; suores frios, tonturas, nausea e uma ansia enorme de finalmente chegar ao meu destino. As seguintes 2 horas passaram lentamente e em sofriemento (quem sofre de enjoo sabe o quanto se sofre!) com apenas a neve leve e suave do outro lado da janela a distrairem me e a alegrarem-me.
Obviamente, a alegria da neve foi devorada pelas ruas sombrias de Londres... Como detesto Londres... As ruas sujas e escuras, os predios aruinados pelo tempo e vandalismo, as pessoas stressadas, carrancudas e apressadas pa irem a lado nenhum a empurrarem-se umas as outras.
Quando cheguei a Victoria Coach Station apressei me a sair daquela estacao sobrelotada para ir apanhar ar e curar o enjoo. Soube me bem aquele ar fresco e a neve a cair me no rosto. Olhei a minha volta tentando encontrar o meu caminho naquela cidade estranha e decidi me a seguir por uma rua que me pareceu mais amigavel. Segui-a durante algum tempo ate chegar a outra paragem de metro... tinha me metido na rua errada! Sem saber onde estava e para onde tinha de ir tentei perguntar as pessoas com olhar menos assustador se sabiam onde era a tal rua mas os fellow londoners mostraram se menos que uteis. Lembrei-me entao que o meu telemovel tinha uma app qualquer que dava para ver os mapas (mas que nao era grande coisa) e mandou me ir para Regent Street. Sem saber onde era simplesmente voltei para tras, de volta onde tinha comecado, enganei me mais 2 vezes no caminho mas com a ajuda dos mapas na ruelas de Londres, la encontrei o caminho certo. Ao ver o alto monumento que me era familiar, apercebi-me que estava mesmo a chegar ao destino e relaxando, aproveitei para parar e comprar uma garrafa de agua... mas claro que ate essa simples task nao iria ser sem percalço... Long story short, com a minha voz miudinha e baixinha ate pedir uma garrafa de agua pode se mostrar um problema capaz de desesperar empregados de balcao experientes.
Depois de perto de 10 minutos a tentar resolver o meu problema da agua (que foi resolvido pelo homem a deixar o balcao, dar a volta, vir ter comigo e deixar me envergonhada), voltei a fazer me ao caminho. Feliz por ter chegado ao Consulado, entrei sacudindo a neve de cima de mim, apenas para voltar a ser mandada para a rua. Pois e', apesar de tar em Inglaterra o Consulado tem os costumes portugueses e fecha para hora de almoco, da uma as duas e apesar de ser apenas meio dia, ja nao valia a pena entrar como o porteiro me disse, por isso, la voltei eu para a neve e para o frio.
A fome comecou a apertar e refugiei me no Starbucks com um blueberry muffin e um cappuccino durante uma hora ate comecar a sentir o efeito da lactose no meu estomago e ter de ir deitar tudo fora...
De volta ao Consulado, com a senha 340, esperei mais 40 minutos para chamarem o proximo numero, o 329, mais meia hora e depois de muitos insultos a moda portuguesa de outras pessoas tambem a espera, la chegou a minha vez (engracado que so me chamaram quando eu decidi que tinha de ir a casa de banho e quase perdi a vez por isso). Bem, tanta coisa, tanto sofrimento, tantos transportes e tantos enjoos para chegar la, checkarem me as fingerprints, darem me o cartao e mandarem me embora. Tanta coisa para ser chamada e em 2 minutos estar despachada.....
Estava tao atrasada ja para ir apanhar o autocarro que sai de la a correr e esqueci me de que tinha ainda de ir ao andar de baixo pagar pelo cartao de cidadao. Ainda tou a espera que a policia me apareca em casa!
Voltei a fazer o caminho de volta, ja bem decorado e por isso sem me perder pelas ruelas tristes, estacoes de metro e escadas rolantes kilometricas. No meio de vomitadelas e de enjoos por tantos transportes (incluindo as escadas rolantes!) la cheguei a Victoria apesar de ter ido dar ao lado contrario, visto tarem a fazer obras na estacao de metro e nao deixarem as pessoas passarem por certos sitios. Com apenas 10 minutos para ir apanhar autocarro e desamparada por ter ido parar ao outro lado da estacao de metro, perguntei a uma senhora para que lado era a Victoria Coach Station e depois de muitos thank yous la fui eu c toda a rapidez apanhar o meu autocarro de volta para a minha cidadezinha calma e longe do Inferno Londrino.
Depois de mais de outras 4 horas de muito enjoo e dores de cabeca uma felicidade inexplicavel percorreu me o corpo quando da janela do autocarro vi as letras grandes e brilhantes que soletravam a palavra "ASDA". Nunca pensei ir me sentir algum dia tao feliz por ver essas letras de um supermercado que eu nem sequer gosto; 5 minutos depois o autocarro parou e dava entao por encerrada a minha viagem a Londres para ir buscar um mero cartao de cidadao.
Voltei contente pelas ruas vazias da cidade para casa, ainda enjoada mas feliz por estar longe de meios de transporte, de encontro a um prato quentinho de comida feito pelo meu Wolf.
Sem duvida, um dia muito cansativo mas foi a minha propria mini aventura..
Ah, e claro que Londres tem as suas coisas engracadas, as bicicletas de aluguer que se encontra em qualquer rua, patrocionadas pela Barclays; os casamentos nos barcos no rio Thames... mas nada se compara a beleza das ruas vazias da minha cidade, nem tao pouco ao privilegio do silencio e de poder andar a vontade sem ser empurrada por pessoas estranhas e stressadas.
It's good to be home!
xx- # Spirit Bear.
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